Paradoxo Água Portugal
Resumo:
Quantas vezes nos apercebemos, enquanto comuns consumidores, de um produto que encarece, acompanhado das respetivas justificações – condições de produção mais difíceis ou mais caras ou até matéria-prima que escasseia.
Mesmo não apreciando o aumento, parece-nos natural que aconteça quando falamos do azeite, dos ovos, da água engarrafada ou de outros produtos que enchem a despesa.
Então esquecemo-nos da mesma ordem de ideias quando falamos da água da torneira.
LEIA TAMBÉM: Água e Governança em debate no ENEG
No setor português do abastecimento urbano de água estão a dar-se o mesmo tipo de mudanças, com os fatores de produção a encarecer muito acima da inflação e, por conta das alterações climáticas, a escassez a impor investimentos e operações cada vez mais caros. Porém, do lado do consumidor, o resultado está a ser diametralmente oposto: o peso no orçamento familiar da fatura da água está a diminuir.
Paradoxo Água Portugal
Analisemos os números. O documento mais recente mostra-nos que os custos totais do ciclo urbano da água em baixa (ou seja, os serviços de abastecimento e saneamento levados ao consumidor) ascenderam a 1.740 milhões de euros.
LEIA TAMBÉM: Sabesp avança na renovação da estação de esgoto de Pinheiros com reinstalação de bomba de grande porte
Portanto retirando as entidades que (sem outra justificação que não seja má gestão) não apresentam contas à ERSAR, podemos perceber que, só nos últimos 5 anos, as despesas do setor subiram mais de 20%. Trata-se de um aumento 50% acima da inflação.



