Aumento Tarifário da Água
A propósito do Dia Mundial da Água, que amanhã se celebra, a associação ambientalista analisou as perdas em 2022, último ano sobre o qual há dados públicos no Relatório Anual dos Serviços de Água e Resíduos de Portugal da Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR), revelando que poderão ascender aos 310 milhões de euros e cerca de 200 milhões de metros cúbicos de água.
Tal como o JN escreveu no início do mês, a água desperdiçada em 2022 enchia mais de 70 mil piscinas olímpicas.
A associação Zero admite que tem havido uma “ligeira melhoria” em relação à água não faturada nos últimos cinco anos, mas, ainda assim, “ao longo da última década, este indicador não tem sofrido alterações significativas, mantendo-se próximo dos 30% da água que entra no sistema”. Em 2022, no serviço em baixa, isso “correspondeu a 223 milhões de metros cúbicos. Tendo em conta o preço médio do serviço de abastecimento de água (1,3927 €/m3), a água não faturada em 2022 poderá representar perdas económicas de cerca de 310 milhões de euros”, contabiliza.
A Zero considera necessária a “recuperação dos gastos pelas entidades gestoras pela via tarifária e o consequente e significativo aumento das tarifas imputadas aos consumidores”, que deve ser feito de “forma gradual” e acautelando os cidadãos mais desfavorecidos e as entidades da economia social.
Aumento Tarifário da Água
As tarifas cobradas aos utilizadores, lembra, devem “assegurar a tendencial recuperação dos gastos com a prestação dos serviços, em respeito pelo princípio do utilizador-pagador e pelo uso eficiente dos recursos”, mas este é “um objetivo que se afigura difícil de concretizar com entidades gestoras que insistem em praticar tarifas incapazes de garantir a cobertura integral dos gastos incorridos”.
De acordo com os dados da ERSAR, quase metade (46%) das entidades gestoras que operam sistemas de abastecimento de água em baixa, ou seja, que asseguram o serviço de abastecimento diretamente aos consumidores, apresentam uma recuperação de gastos com a prestação do serviço deficitária (abaixo dos 100%). Destas, 73% apresentam simultaneamente elevadas perdas de água (água não faturada superior a 30%). Isto, diz a Zero, “poderá colocar em causa a sustentabilidade económica e ambiental dos serviços, sobretudo em contextos de escassez hídrica”.
Fonte: JN.