Gastroenterite no Rio Tejo
Tivemos notícias de pessoas que se estiveram a banhar no rio Tejo, na zona de Belém. É uma preocupação”, diz Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente da CML, à Rádio Renascença. Com as temperaturas máximas a chegarem aos 40 graus em Lisboa esta semana, os peregrinos fazem de tudo para se poderem refrescar. Os banhos no Tejo, contudo, acarretam vários riscos.
As correntes fortes, especialmente após as 16 horas, também preocupam os agentes de saúde e a Câmara Municipal de Lisboa.
“Estamos a falar de gastroenterites, diarreias”, explica à CNN Portugal, Gustavo Tato Borges, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública. A par disto, poderá ocorrer “uma reação cutânea”, devido a todos os microrganismos e bactérias que se encontram naquelas águas.
Também podem ser contraídas doenças infeciosas. Caso isso aconteça, não há quem esteja a salvo — incluindo quem não foi a banhos no rio.
“Estamos a falar de um aglomerado de 1,5 milhões de pessoas, todas elas em espaços relativamente pequenos, porque, apesar de tudo, o Parque Tejo e o Parque Eduardo VII têm áreas que vão ficar sobrelotadas. Portanto, toda esta proximidade entre pessoas é um ótimo caldinho para propagar doenças se não tiverem cuidado”, acrescenta Gustavo Tato Borges.
Gastroenterite no Rio Tejo
Quem vive em Lisboa sabe que o rio Tejo não está classificado como praia balnear. Aqueles que vieram de fora para a Jornada Mundial da Juventude, porém, não têm esse conhecimento. Ali, “a qualidade da água não está garantida”, explica o especialista, acrescentando que “nos últimos anos têm-se registado valores elevados de enterococos, salmonelas ou de outros microorganismos.”
Mas não são apenas as bactérias e doenças que preocupam a Câmara Municipal. O Tejo tem, muitas vezes, correntes bastante fortes, sobretudo entre o Parque das Nações e Algés, onde estas podem ser “muito intensas”, especialmente após as 16 horas, altura em que a maré começa a vazar. Quem acaba por ser apanhado nestas correntes, pode não ter a capacidade de regressar a terra, mesmo que seja ótimo nadador.
“Não havendo nadador-salvador, as autoridades não estão posicionadas no terreno e não haverá capacidade de socorro imediato. Se a pessoa não tiver capacidade física e fôlego para se aguentar à tona e nadar em direção a uma margem qualquer onde se possa agarrar, há aqui um risco elevado de ser levada pela corrente”, avisa a autarquia.
Fonte: NIT.