Emissões Cadeia Abastecimento
Estudo do Boston Consulting Group revela que apenas 15% das empresas definiram objetivos para mitigar as emissões decorrentes da cadeia de abastecimento, apesar de serem responsáveis pela maior parte dos gases poluentes emitidos.
Os setores da indústria transformadora, do retalho e dos materiais foram os que geraram mais emissões na cadeia de abastecimento, contando com uma pegada 1,4 vezes superior ao total de CO2 emitido na União Europeia em 2022.
O estudo “Scope 3 Upstream: Big challenges, simple remedies”, do Boston Consulting Group, em parceria com o Carbon Disclosure Project (CDP), mostrou que as emissões de âmbito 3, ou seja, com origem na cadeia de abastecimento, foram, em média, 26 vezes superiores às emissões de âmbito 1 e 2, ou seja, aquelas que decorrem de operações diretas.
No mesmo documento, o Managing Director e Partner da BCG em Lisboa, Carlos Elavai, sublinha a importância da “quantificação destas emissões, exigências de reporte, fiscalização apertada e gestão eficaz dos riscos associados”.
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As emissões com origem na cadeia de abastecimento implicam riscos financeiros para as empresas e para os investidores, sendo que, por exemplo, as emissões deste tipo divulgadas pelos setores da indústria transformadora, retalho e materiais em 2023 representam um passivo ambiental de mais de 335 mil milhões de dólares, o que condiciona a cadeia de abastecimento e pode afetar o desempenho das empresas.
Porém, apenas metade das organizações que divulgam informações através do CDP avaliam os riscos financeiros destas emissões de âmbito 3 – sendo que destas, apenas um terço reconhece o risco que implicam para os lucros – e menos de um em cada dez investidores exige que as empresas investidas as divulguem como parte das políticas de avaliação de investimento.
Análise
Na sua análise, o Boston Consulting Group destaca os três fatores mais relevantes para a definição de objetivos ambientais e para a implementação de estratégias eficazes de mitigação das emissões carbónicas.
O primeiro é a implementação de um comité dedicado ao clima, ou seja, um órgão que analise os impactes ambientais da sua atividade, recorra a consultores externos especializados e faça a análise financeira do risco associado às emissões da cadeia de abastecimento, em articulação com o conselho de administração.
Fonte: IA.