Energia Eólica Portugal
Na versão revista em junho de 2023 do Plano Nacional de Energia e Clima, as perspectivas de evolução da capacidade instalada para a produção de eletricidade através das tecnologias eólica e solar fotovoltaica no horizonte 2030 são as seguintes:
– Eólica: 12,4 GW (dos quais 10,4 GW onshore e 2 GW offshore);
– Solar fotovoltaica (PV): 20,4 GW (dos quais, 14,9 GW serão centralizados e 5,5 GW descentralizados).
Isto implica a descarbonização praticamente total da produção de eletricidade, e uma forte redução das emissões da mobilidade e transportes e dos edifícios até ao final da próxima década.
Embora reconhecendo o papel crucial das energias renováveis no combate às alterações climáticas, e concretamente da eólica e do solar fotovoltaico, a quantidade e tipo de materiais necessários para a sua implementação são uma preocupação, tanto a nível de materiais estruturais, como de materiais específicos de cada tecnologia. São aqui de referir as matérias-primas críticas (MPC), assim classificadas pelo risco associado ao seu fornecimento e a sua importância estratégica.
Energia Eólica Portugal
De acordo com o estudo eMaPriCe sobre MPC e estratégicas em Portugal, foi possível calcular as seguintes necessidades de MPC no caso dos módulos solares fotovoltaicos: 1 t/GW de gálio, 4 t/GW de índio e 43 t/GW de magnésio.
Já os magnetos permanentes das turbinas eólicas utilizam Elementos de Terras Raras Leves (LREE) ePesadas (HREE), com os seguintes coeficientes unitários [3]: 59 t/GW de LREE e 9 t/GW de HREE no caso da energia éolica onshore e 242 t/GW de LREE e 31 t/GW para a eólica offshore.
Quanto a outros materiais, considerados não críticos, os impactes ambientais associados à sua produção (p.ex., no caso do betão) são também um constrangimento. Assim, o aumento da circularidade dos equipamentos associados a estas fontes de energia é uma prioridade, sob pena de se transferir um problema energético para um problema de materiais.
A reciclagem é atualmente a principal solução para o fim de vida dos parques eólicos e solares. Contudo, numa ótica de sustentabilidade e circularidade, dois dos principais objetivos são a redução do consumo de recursos e a manutenção do máximo valor de materiais e produtos em circulação na economia, durante o maior tempo possível. A reciclagem representa a perda substancial desse valor, uma vez que a sua eficiência é baixa e tem também diversos impactes e custos elevados associados.
Fonte: IA.